Síria barra diplomatas ocidentais; forças atacam rebeldes
O governo da Síria baniu 17 diplomatas ocidentais e seus helicópteros armados
atacaram rebeldes em uma província costeira nesta terça-feira, enquanto o
presidente Bashar al Assad se mantém resistente à pressão internacional para
deter a repressão de uma revolta contra seu governo.
A declaração de que diplomatas dos Estados Unidos, Canadá, Turquia e de
vários países europeus não eram bem-vindos foi uma retaliação à expulsão de
diplomatas da Síria das capitais dessas nações na semana passada, após o
massacre de mais de 100 civis supostamente por partidários de Assad.
Na frente de batalha, os rebeldes lutaram com forças do governo ajudadas por
helicópteros armados em um dos mais pesados combates na província costeira de
Latakia desde que a revolta eclodiu há 15 meses.
Foi o segundo dia de combate desde que os rebeldes declararam o fim de seu
compromisso com um cessar-fogo negociado internacionalmente, dizendo que o
governo continuou a repressão em desafio aos observadores de paz da ONU.
Rebeldes informaram que oito de seus companheiros foram mortos, enquanto o
Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização pró-oposição, disse que
de 15 a 20 soldados foram mortos.
Ativistas também relataram fogo pesado das forças governamentais na cidade de
Homs, um ponto central do levante que suportou um cerco sangrento durante
semanas no início deste ano.
PLANO EM FRANGALHOS
Os últimos desdobramentos só enfatizaram o estado precário de um plano de paz
mediado pelo prêmio Nobel da Paz Kofi Annan, que tem se deslocado entre Damasco
e outras capitais em nome das Nações Unidas e da Liga Árabe.
Os governos estrangeiros ainda estão se prendendo ao plano como a única opção
para encontrar uma solução política e impedir um conflito maior e mais
sangrento. Mas com o fracasso do cessar-fogo e a intransigência de Assad, o
plano está em frangalhos.
Ainda assim, Rússia e China, principais defensores de Assad na frente
diplomática, disseram nesta terça-feira que os esforços de Annan não devem ser
abandonados.
O presidente russo, Vladimir Putin, e o seu colega chinês, Hu Jintao,
reunidos em Pequim, pediram apoio internacional para o plano, apesar dos apelos
dos Estados árabes e ocidentais para uma resposta mais dura ao derramamento de
sangue.
Os dois países, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU com o
poder de vetar resoluções, têm impedido os esforços de potências ocidentais para
condenar ou pedir a retirada de Assad.
A ONU diz que as forças de Assad já mataram mais de 10.000 pessoas desde que
o levante contra o domínio de quatro décadas de sua família na Síria eclodiu em
março de 2011.
Assad alega que está lutando para salvar o país de "terroristas" apoiados por
estrangeiros e vai conduzir o seu próprio programa de reforma. O governo diz que
mais de 2.700 soldados ou oficiais de segurança foram mortos por forças de
oposição.
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