Teorias Idealistas da Integração Regional
De acordo com a ótica
liberal o Estado não é o único a ter relevância nas relações internacionais,
estes são interdependentes e tendem a cooperação, visto que esta é capaz de
minimizar os conflitos no sistema, como por exemplo, através do livre comércio
como apresenta Montesquieu ao dizer que este promove a paz e Kant ao dizer que
a intensificação das trocas contribui para os princípios da hospitalidade. A
teoria liberal afirma a possibilidade de um condicionamento nas ações dos
Estados por meio de instituições supranacionais, ou seja um compartilhamento de
soberania, via de regra que esta não tem preocupação com ganhos relativos como
os realistas.
“Para os idealistas, a realização destes ideais
depende do aperfeiçoamento das instituições internacionais, o qual por sua vez
deve resultar da cooperação entre os Estadistas” (Gonçalves, Relações Internacionais,
p.17). Segue tabela com os principais pré supostos liberais:
Teoria Liberal : Pressupostos e
Análise
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Interdependência
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Relação de Sensibilidade e
Vulnerabilidade dentre um Estado e outro.
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Cooperação
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Através da cooperação os Estados tomam
conhecimento de seus objetivos comuns de forma a caminhar juntos no intuito
de concretizá-los.
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Ganhos
Absolutos
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Estes são o resultado de um processo
de cooperação onde ambos os Estados ganham, ainda que os ganhos entre estes
sejam assimétricos
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Instituições
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Ameniza o conflito gerado pela
anarquia, com o aumento da cooperação.
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Para os liberais não há
possibilidade de se criar uma integração regional onde não haja
interdependência. “Na teoria da interdependência, as relações dentre Estados
ocorrem de acordo com um conjunto de
regras, normas e procedimentos que regulamentam seus comportamentos e controlam
seus efeitos” (Pasquariello, As teorias de integração regional e os Estados
subnacionais, p. 52), assim como ocorre dentre os Estados membros do Mercosul,
UE, NAFTA, e outros blocos de integração.
“A interdependência
assimétrica descreve a realidade das relações internacionais: os participantes
sofrem com freqüência limitações, mas devido a posse de instrumentos mais
efetivos, á maior capacidade de projetar poder a um grau menor de
vulnerabilidade, um Estado pode se colocar dentro do relacionamento de forma
mais poderosa a repassar assimetricamente parte de seus custos para o (os) seu
(s) parceiro (s)” (Pasquariello, As teorias de integração regional e os Estados
subnacionais, p. 53), o que por sua vez esta diretamente relacionado com os
conceitos de cooperação e ganhos absolutos da teoria liberal, assim como
ocorreu com o Brasil e Argentina dentro do Mercosul, pode haver uma assimetria
dentre os ganhos destes, porém ambos se beneficiam mais agindo em bloco e
cooperando do que unilateralmente.
Nota-se então que a
teoria liberal é totalmente contraria a teoria realista, sim, ambas tem a visão
de que o Estado tem interesses e objetivos a conquistar e enxergam o sistema
como sendo anárquico, porém os meios como os Estados cumprem seus objetivos e o
modo que a anarquia recai sobre eles são opostos. Enquanto que os liberais
acreditam nas instituições e na cooperação do sistema, os realistas crêem que
no meio internacional tudo é espaço para desconfiança e sobrevivência, havendo
muitos conflitos. Segue, tabela para melhor esclarecer essa idéia:
Liberais
x Realistas
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Interdependência
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Alianças
e Benefícios
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Revela a
necessidade dos Estados em interagirem entre si, a integração regional visa
assim o aumento dos benefícios para todos através da interdependência.
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As alianças devem ser
feitas pensando sempre em seus benefícios próprios, pois para que um estado
sinta-se atraído a fazer parte de um determinado bloco, é necessário que o
mesmo tenha algo a lhe oferecer.
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Ética
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Racionalidade
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Os padrões
morais e universais são a base para avaliar o comportamento dos Estados,
sendo seguidas normas como por exemplo os Direitos Fundamentais.
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Os atores usam a
racionalidade para agir no sistema internacional, e para tomar as suas
decisões políticas, e de âmbito doméstico, além de não se importar com os
meios para atingir seus objetivos.
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Ganhos
Absolutos
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Ganhos
relativos
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Os ganhos nas
negociações regionais visam o ganho de todos assim como pré supõe a teoria
liberal, negociações ganha-ganha.
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Na integração regional os Estados esperam se sobressair
para ganhar em cima dos demais e assim garantir q o ganhos dos outros sejam
menores para usos em conflitos (sempre há desconfiança).
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Instituições
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Dilema
de segurança
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Elas amenizam o conflito, a partir do momento em que
se tem uma previsão das ações do outro Estado através das instituições do
bloco, a desconfiança cai.
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É fundamental garantir a segurança de seu Estado, para
manter sua soberania. Para a teoria realista, deve-se prevenir dos atos dos
seus vizinhos para garantir um ataque inesperado.
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Bibliografia:
<http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/imp31art02.pdf>.
Acesso em 27 de Março de 2010
<http://www.cedep.ifch.ufrgs.br/Textos_Elet/pdf/WilliamsRR.II.pdf>. Acesso em 27 de Março de 2010;
<http://www.sejabixo.com.br/vestibular/default2.asp?s=atualidades2.asp&id=64>. Acesso em 27 de Março de 2010
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